segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Refletindo sobre a atual programação da televisão brasileira.

O futuro só depende do que pensamos hoje.
Ângela Lima.

Estou farta do cardápio indigesto do jornalismo sensacionalista que apresenta como manchete somente reportagens sobre a violência, sequestro e bandidagem. Será que somos tão idiotas assim? Só sabemos reclamar quando estamos na frente da TV? Qual é nossa parcela de culpa nesse sistema de informação comandado pelos interesses? Interesses de quem? Em uma metrópole só existem ações vis? Quem noticiará as boas ações e as atitudes do cotidiano que não apresentem tanta injustiça e más atitudes? Onde está o vendedor de pipoca da esquina que gosta de conversar com seus clientes e levar uma vida simples e tranquila? Onde estão os responsáveis pelos projetos que ajudaram alguma comunidade ou vilarejo a superar dificuldades? Quem noticiará as manifestações culturais populares com a ênfase que é dada hoje às notícias sobre a sociedade do barbarismo? Quem dará destaque às conquistas e saberes dos povos e da conscientização construída a partir da vivencia e convivência desses povos?
São questões que me levam a refletir e ter atitudes que melhorem a convivência dos que me rodeiam e que fortaleça minha consciência de que a mudança é possível.  Acredito na força criadora da comunidade que trabalha em conjunto e que busca soluções para seus problemas e dificuldades. Não acredito que a educação seja o único caminho para a solução dessas atrocidades e vilanias. Penso que as respostas são um complexo de ações, reflexões e atitudes construídas pela e a partir da conscientização dialética de cada indivíduo. Mas partir de que ponto? O que precisa ser feito de ante mão? Quem pode ou deve dar o primeiro passo?
Penso que cada um deve dar o primeiro passo. Seja você o dono da sua consciência, busque saber dos seus direitos! Somos vigiados o tempo todo, trabalhamos para pagar nossas contas em dia e quando alguém se propõe a conversar sobre política, fazemos cara de nojo e ouvimos a frase “não gosto de política ou não discuto política”. Como não!? Somos seres totalmente políticos, as relações são permeadas de relações de poder, quem manda ou quem dita as regras em qualquer situação nos afirma como somos políticos. A convivência entre as pessoas é política. A organização do seu lar é pautada pela política. Você conhece o termo “política da boa vizinhança”? Não se engane não existe relação entre as pessoas sem dominados e dominantes, em diversos níveis e proporções. A discussão sobre essas questões vão deixar esses limites mais evidentes e trará a luz questões que vivem obscurecidas por preconceitos, falta de informação ou ignorância diante de saberes a muito discutidos e que precisam continuar a ser construídos e discutidos.
Atitudes como escolher os programas de TV que queremos assistir ou não é um ótimo começo. Temos hoje a liberdade de expressão, mas somos ignorantes quanto aos nossos direitos,quanto ao o que determinado candidato pensa ou quais as possibilidades a comunicação de massa deveria apresentar ao público, a quem deveria respeitar e apresentar uma grade de programação mais diversificada e de qualidade. E não me diga que o que se apresenta é o que o povo gosta de ver ou que o “povo” gosta de ver é sangue e “pancada” na TV, porque não existe opção, não foram apresentadas outras possibilidades e como saber o sabor de determinado alimento se ainda não provei o tal alimento? Os detentores das mídias contemporâneas são manipulados por interesses do consumismo, do poder e da esperteza.
Desde quando as pessoas são consultadas sobre o que realmente querem ver na TV? Enganações acontecem quando determinada emissora apresenta opções limitadas do que o público gostaria de ver. A melhoria da grade de programação acontecerá quando as pessoas puderem dizer com suas próprias palavras o que querem ver sem serem manipulados por algumas opções pré-selecionadas ou estabelecidas.  Não existem receitas para um mundo melhor. Para resolver os problemas e dificuldades que se apresentam hoje talvez seja necessária uma utopia que se sonha em conjunto, acredito em utopias. Um povo forte e consciente se faz com educação de qualidade, saúde, transporte, trabalho para todos, condições básicas para se desenvolver uma consciência crítica e outras coisas básicas que constroem a intrincada rede das relações humanas. Por essas questões reivindico opções para esse jornalismo sensacionalista que se apresenta de maneira falsa como jornalismo verdade. Basta de notícias manchadas de sangue e falsa ética!

2 comentários:

Entrelinhas Biblicas disse...

Infelizmente é isso que vemos todos os dias. Muito boa esta reflexão.

Kim & Ângela disse...

É mano precisamos nos posicionar diante de tanta porcaria que assistimos na tv.
Abraços